Sistema Eletrônico de Administração de Conferências, VII CONNEPI - Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação

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A introdução de práticas conservacionistas para o combate a desertificação – Estudo de caso de uma microbacia do semiárido cearense
Valquíria dos Santos Lima, Francisco Nilson de Araújo

Última alteração: 2012-10-16

Resumo


O processo de desertificação, que favorece a formação de regiões com condições de tipo desértico em áreas de clima semiárido, tem avançado consideravelmente no nordeste brasileiro comprometendo a qualidade e permanência da vida na região supracitada. O estado do Ceará sempre sofreu com a escassez hídrica devido as suas condições hidrogeólogicas, porém sua posição geográfica acrescenta a esta região uma maior vulnerabilidade e propensão às severas secas. A partir da década de 90, após a realização da 1ª ICID foram iniciados os primeiros estudos sobre a temática da desertificação no Ceará, que indicaram a presença de áreas com sinais de desertificação. Nos anos seguintes, iniciou-se a criação de políticas, programas e projetos para o amparo das áreas efetivamente desertificadas e suscetíveis a desertificação. Nesse contexto o PRODHAM, Projeto de Desenvolvimento Hidroambiental, começou a desenvolver 2001, práticas holísticas para a recuperação e preservação dos recursos água, solo e vegetação através de ações estruturais (barragens sucessivas para contenção de sedimento, barragens subterrâneas e cisternas), práticas conservacionistas (recuperação de mata ciliar, terraceamento, cordões de pedras e de vegetação em nível), introdução de novas atividades econômicas (apicultura, sistema agrossilvopastoril e artesanato) e educação ambiental, que permitiram introduzir a recuperação ambiental com crescimento econômico e melhoria da qualidade de vida das populações. Como conseqüência das atividades desenvolvidas temos a diminuição da erosão e assoreamento dos recursos hídricos, a melhoria da qualidade e quantidade de água disponível, o aumento da cobertura vegetal e recomposição de mata ciliar, o ressurgimento de algumas espécies da fauna, a introdução de atividades econômicas alternativas, como a apicultura e o artesanato, o aumento da consciência preservacionista e a continuidade espontânea das técnicas adotadas pelas comunidades, provando a importância do desenvolvimento de atividades que envolvam a comunidade não como expectadora, mas como protagonista para o bom êxito de políticas, programas e projetos.


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