Sistema Eletrônico de Administração de Conferências, VII CONNEPI - Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação

Tamanho da fonte: 
Entre a casa, o rio e o mar: diagnóstico socioeconômico da pesca artesanal da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão (Macau, Guamaré/RN)
Lenilza Queiroz Do Nascimento, Marcos Antônio Alves De Araújo

Última alteração: 2012-10-16

Resumo


Este trabalho teve por objetivo a realização de um diagnóstico socioeconômico da pesca artesanal desenvolvida por pescadores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão (RDSEPT), mais precisamente das comunidades pesqueiras de Diogo Lopes, Barreiras e Sertãozinho, localizadas no litoral setentrional do estado do Rio Grande do Norte. A realização desse trabalho justificou-se pelo fato da pesca artesanal ser a principal atividade socioeconômica e cultural praticada ao longo desta unidade de conservação, bem como por esta ser detentora de um enorme potencial pesqueiro e responsável por uma significativa produção de pescado em nível estadual advinda de tal atividade tradicional.  Para o desenvolvimento desse estudo, utilizamos como discussões teóricas reflexões sobre os conceitos de pesca artesanal e populações tradicionais, problematizadas por Antônio Carlos Diegues (1983, 1988a, 1988b, 2000a e 2000b). Além disso, adotamos uma metodologia quanti-qualitativa de investigação, atinada como uma estratégia de inserção do pesquisador no mundo das relações humanas. A pesca artesanal praticada na Reserva é de grande importância econômica, social e cultural para as suas comunidades tradicionais. No entanto, os arranjos familiares que sobrevivem dessa atividade ainda enfrentam grandes dificuldades com a falta de uma infraestrutura adequada para desenvolver o beneficiamento do pescado e o reaproveitamento dos rejeitos (vísceras, nadadeiras e escamas) de algumas espécies de peixes, como a sardinha, que são jogados diariamente e em grandes quantidades em alto-mar. Sendo assim, os pescadores sentem a necessidade de se organizarem em cooperativas que venham possibilitar a garantia da comercialização do pescado e de melhorias na qualidade de vida das comunidades. Com isso, caso não haja mudanças no sentido de minimizar as dificuldades enfrentadas pelos pescadores, sobretudo agregando valor ao pescado, a pesca artesanal tenderá a ser acossada por uma crise sem precedentes, inclusive com possibilidades de desaparecimento, representando assim, uma grande perda cultural para a sociedade local. 


Texto completo: PDF